
17 jan 2025
O Terceiro Setor desempenha um papel estratégico no desenvolvimento social brasileiro, sobretudo ao abrir portas para jovens em situações de vulnerabilidade que enfrentam barreiras estruturais no acesso ao mercado de trabalho. Atualmente, quase 10 milhões de jovens no Brasil estão na condição de “nem-nem”, ou seja, nem estudam nem trabalham, segundo dados do IBGE. Esse cenário exige respostas estratégicas para evitar a perpetuação de ciclos de exclusão social. Em um contexto de recuperação econômica e transformação digital, 2025 projeta-se como um ano de desafios e oportunidades, marcados por soluções inovadoras e colaborativas.
As altas taxas de desemprego juvenil e mudanças rápidas nas demandas por habilidades, fazem com que as ONGs apoiem e estabeleçam colaborações estratégicas moldando programas que respondam diretamente às necessidades do mercado de trabalho. Ao oferecer treinamentos práticos e habilidades socioemocionais, essas iniciativas se posicionam como pontes indispensáveis entre jovens e empregadores, ampliando o impacto social enquanto atendem às expectativas de empresas que buscam profissionais qualificados. A seguir, destaco as principais perspectivas para ONGs:
- Capacitação como ponte para o mercado de trabalho
A taxa de desemprego entre jovens no Brasil permanece alta, ultrapassando 22% em algumas regiões. Nesse contexto, programas de capacitação profissional ganham relevância. Parcerias com empresas têm se mostrado essenciais para oferecer formações alinhadas às demandas do mercado, conectando jovens a oportunidades reais.
Além disso, iniciativas que combinam habilidades técnicas e socioemocionais tornam-se imprescindíveis, uma vez que as “soft skills”, como comunicação, resiliência e trabalho em equipe, estão entre as mais valorizadas pelos empregadores.
- Uso de tecnologias para ampliar o impacto
A revolução digital continua a transformar a maneira como ONGs alcançam seus beneficiários. Plataformas de aprendizado online oferecem maior escalabilidade e flexibilidade para capacitar jovens, especialmente em localidades remotas.
Uma ferramenta de engajamento em destaque é a doação por meio de notas fiscais. Esse recurso simples permite que a sociedade contribua diretamente para projetos de capacitação, ampliando o impacto sem custos adicionais para o doador.
- Parcerias transformadoras com grandes empresas
A colaboração entre ONGs e grandes empresas está se consolidando como um modelo eficaz para o desenvolvimento de programas robustos e sustentáveis. Muitas corporações, ao aderirem a práticas de ESG (ambiental, social e governança), buscam parcerias que gerem impacto social concreto. Isso inclui investimentos em treinamentos, programas de jovem aprendiz e empregabilidade de jovens vulneráveis.
Concluo que o fortalecimento do Terceiro Setor no Brasil está intrinsecamente ligado à capacidade de unir inovação, parcerias estratégicas e um compromisso genuíno com a transformação social. Em 2025, reafirmo o compromisso de valorizar cada jovem como uma semente de mudança, que pode florescer quando lhe são oferecidas as oportunidades certas. Investir em sua capacitação é construir alicerces sólidos para um impacto transformador e duradouro, capaz de ressoar por gerações.
*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do INSTITUTO CONECTA.
Sobre o autor:
Daniel de Araujo é CEO da CRATEUSWEB, que desde 2017 atua na criação e desenvolvimento de oportunidades para a juventude, formado em Matemática pela Universidade UNOPAR, com Pós Graduação em Inteligência Artificial, Computação em Nuvem e Defesa Cibernética pela FACUMINAS e Mestrado em Transformação Digital pela FUNIBER. Possui mais de 20 anos de experiência na área de Tecnologia, com foco em desenvolvimento e implantação de projetos.